Acostumados a receber dinheiro
de agiotas que faziam investimentos em campanhas políticas eleitorais, boa
parte dos candidatos a prefeito no interior do Maranhão passa por dificuldades
financeiras e recua no atendimento das promessas aos cabos eleitorais, líderes
comunitários e políticos.
Como não existe, pelo menos é
o que se esperava, mais o dinheiro fácil, alguns acreditando na reeleição ou
eleição, vendem o que têm.
Em eleições anteriores, a
agiotagem rolava solta. Os emprestadores de dinheiro faziam pesquisas e
investiam em que tinha mais chances. Assim que o vencedor assumia, o cofre do
município já estava todo comprometido.
Eram negócios que envolviam
mais de R$ 200 milhões em campanhas para prefeitos e que depois passavam a
custar o dobro para os contribuintes, quer diretamente na devolução dos
recursos com juros, com dinheiro público, ou na contratação de empresas ligadas
aos agiotas em obras, vendas de equipamento e medicamentos hospitalares ou na
merenda escolar.
Com o assassinato do
jornalista Décio Sá, no dia 23 de abril deste ano, e a prisão de envolvidos no
ramo da agiotagem, os negócios deram uma brecada. Mais ainda depois que a
Polícia Civil e a Polícia Federal passaram a investigar os tentáculos da
agiotagem e os recursos com eles negociados por gestores públicos.
Em algumas cidades traçadas
pela mapa da agiotagem antes da elucidação da morte de Décio Sá, o volume de
campanha caiu em mais de 60%. Basta que se observe pelo número de veículos nas
campanhas. Em alguns casos, donos de postos atuavam como agiotas.
FONTE: LUIS CARDOSO
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