Por: Mr. Magú*
O saudoso cantor e compositor
Bezerra da Silva, nos deixou uma canção memorável, sempre lembrada em época de
eleição. Ela faz menção a um arquétipo de candidato que ainda está muito
presente nos mais recônditos rincões do nosso país. Ele fala do “candidato” que
se transmudou para se parecer com o seu eleitorado: subiu o morro sem gravata, para
mostrar que era igual a eles (da raça); foi ao bar (tendinha) bebeu cachaça,
fumou bagulho; entrou na casa dos moradores (barracão), se sujeitou a comer em
prato feito de goiabada, bebeu água da chuva. Toda essa sujeição logo revelou
que o tal “sujeito” era candidato às próximas eleições.
Ao ouvir a música é impossível
você não relacionar a, pelo menos, um candidato de Araioses que hoje já se mete
nos mais distantes e inacessíveis povoados da nossa cidade:
- Há os candidatos clássicos que
ainda acreditam no voto de cabresto. É aquele candidato que já teve um cargo
público, governou com mão de ferro, como era comum durante a Ditadura Militar, desviou
recursos públicos e acredita que através do medo que ainda hoje impõe, pode trazer
voto para si ou transmiti-lo para alguém de sua confiança. Bezerra da Silva já
alertava sobre esse tipo de candidato: “Meu irmão, se liga no que eu vou lhe
dizer, hoje ele pede seu voto, amanhã manda a polícia lhe bater”.
- Há candidatos, que ainda no
poder, fazem uso dos recursos públicos para investir em sua campanha no próprio
município ou no município vizinho, colocando o seu nome, ou de um familiar ou
amigo à disposição do povo, para ser votado. Esquecem que pouco fizeram nos
seus municípios e que os recursos públicos devem ser empregados em prol do povo
daquela cidade, se não fizeram por sua cidade o que farão na outra cidade?
- Há aqueles que já se aventuram
a sair abraçando a gregos e troianos, ricos e pobres, os homens “das mãos
calejadas, da foice, da enxada” pessoas que eles não tinham nem coragem de
dirigir o olhar. Exibem um sorriso amarelo nos lábios, quando hoje beijam
crianças, adultos e idosos, como se fosse a coisa mais natural do mundo. (olhe o que digo) Mas já
é possível perceber nos olhos desse mesmo povo que já compreendem que tudo isso
é uma encenação, um engodo e que aquele candidato não merece o seu voto.
- Existe ainda, aquele que vai
tirar os calçados comprados no “estrangeiro”, vai se despir de suas vestimentas
mais caras e vai pisar na lama atrás de votos. Nessa hora é que vai conhecer o
município inteiro, se sensibilizar com a triste realidade desses miseráveis e farão
várias promessas que serão esquecidas imediatamente após as eleições.
Apesar de haver uma significativa
melhora nas condições de vida da nossa gente nos últimos anos, boa parte do
nosso povo ainda é miserável, vivendo em locais sem infraestrutura, sem água
encanada, se mantendo apenas dos recursos do governo Federal. Em época da
eleição aproveitam para vender o seu voto, não entendendo que irão colocar no
poder, por 4 anos, alguém que ao comprar voto já demonstra ser uma pessoa
desonesta.
O que nos deixa mais sossegados é
que a maior parte da nossa população já está conscientizada e mais politizada e
entende que precisa participar da vida política do nosso município já
reconhecendo e reprovando práticas arcaicas de políticos que ainda usam de má
fé, da miséria do povo, para comprar votos.
Mas, felizmente, ainda existem
políticos que trabalham em prol do povo, que não se vendem, que não negociam
cargos e apoio político e que merecem o nosso voto.
Nessa eleição NÃO vamos esquecer
do conselho do Bezerra da Silva: Meu irmão se liga no que eu vou lhe dizer: depois
que ele (o candidato) for eleito, manda
aquela banana pra você. Podes crer.
* Comentarista político do Blog
da Tv Difusora de Araioses.
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